James Gunn explica por que o episódio de 'Creature Commandos' sobre o Doninha é "a coisa mais triste que já escrevi"

Descubra por que James Gunn considera o episódio sobre Weasel (Doninha) em Creature Commandos 'a coisa mais triste que já escreveu'. Uma história comovente e trágica que explora preconceitos, inocência e sacrifício.


ALERTA DE SPOILERS: Esta história contém detalhes importantes do enredo do episódio 4 da 1ª temporada de "Creature Commandos", atualmente disponível no Max.

Quando James Gunn introduziu o personagem Doninha no filme "O Esquadrão Suicida" (2021), ele já sabia que o personagem dos quadrinhos da DC — uma figura que pode ser vista como um humano animalístico ou um animal humanizado, dependendo da perspectiva — não havia realmente matado 27 crianças, apesar da acusação que o levou à prisão de Belle Reve.

"Eu não sabia os detalhes, mas sempre soube que isso não era justo", diz Gunn.

Somente com o retorno do Doninha na série animada da DC, "Creature Commandos", Gunn conseguiu explorar como essa criatura gentil foi injustamente rotulada como assassina de crianças. Cada episódio da série, todos escritos por Gunn, investiga a história de fundo dos personagens enquanto a equipe titular lida com sua missão envolvendo a Princesa Ilana Rostovic (Maria Bakalova). O episódio 4, intitulado "Chasing Squirrels", coloca o foco em Doninha — e, prepare-se, é sombrio.

"Eu fico muito triste só de falar sobre isso", admite Gunn, com a voz surpreendentemente quieta. "Eu me lembro de terminar [de escrever]. Estava no Colorado com minha esposa, e lembro que disse: 'Acho que acabei de escrever a coisa mais triste que já escrevi em toda a minha vida.'"

A história de Doninha é contada em uma série de flashbacks que começam quando ele sai de uma floresta atrás de uma escola primária e encontra um grupo de crianças brincando durante o recesso do Dia de Ação de Graças. A origem do Doninha e o que ele realmente é permanecem um mistério, mas é evidente para as crianças que ele é uma criatura doce e inofensiva. Elas se divertem juntas, mas um homem idoso que passa por ali interpreta o comportamento do Doninha como uma ameaça, sem qualquer motivo real, exceto pelo preconceito de achar que um animal grande e peludo seria naturalmente perigoso. Ele corre para sua cabana para ligar para o 911 e pegar sua espingarda.

Enquanto isso, uma das crianças descobre que a porta dos fundos da escola está destrancada. O grupo entra correndo, e o Doninha os acompanha, continuando a brincar enquanto todos acabam no porão da escola. Uma série de acidentes acontece: eles encontram (mas não bebem) uma garrafa de bebida alcoólica de um professor, acendem um fósforo perto de um monte de trapos sujos, e isso acaba causando um incêndio. O velho aparece e começa a atirar no Doninha, justo quando o fogo se espalha. Uma explosão na caldeira mata o homem e todas as crianças, exceto uma menina, enquanto dois policiais aparecem e veem o Doninha tentando desesperadamente arrastar a garota para um local seguro em meio ao incêndio.

Assim como o velho, os policiais presumem o pior e começam a atirar no Doninha enquanto ele tenta salvar a menina. Eles conseguem imobilizá-lo quando ele está prestes a chegar à saída, enquanto a escola desaba sobre a menina, enterrando-a viva.

"É incrivelmente triste", diz Sean Gunn, que interpretou o Doninha por captura de movimentos em "O Esquadrão Suicida" e dá voz ao personagem em "Creature Commandos". Trabalhando com seu irmão mais velho, James, desde meados da década de 1990, Sean diz que não está surpreso com a tragédia na história de Doninha: "O James tem uma certa escuridão, e há uma escuridão em muito do trabalho dele." No entanto, os detalhes dessa escuridão o pegaram desprevenido.

Tudo começou com a instrução de James para Sean interpretar Doninha como se ele fosse "um cachorro grande". "O Doninha não pensa em palavras", explica Sean Gunn. "Mas para qualquer pessoa que tem e ama cachorros, você sabe que seu cachorro tem uma vida emocional bastante complexa. Colocar esse personagem em situações tão extremas o torna muito relacionável, mas também novo. É trágico e triste, e eu nunca vi nada parecido na TV."

Sean gravou a sequência final em várias sessões para acertar, incluindo o grito angustiante de Doninha enquanto é arrastado pelos policiais. "Eu estava meio doente na primeira vez que fizemos, e o grito não chegou nem a 1/5 do que precisava ser", diz ele. "Quando voltamos, sabíamos que precisávamos acertar o grito."

Na animação, a sequência foi igualmente desafiadora, devido à realidade brutal de várias crianças morrendo na tela. "Passamos por muitas iterações dessa cena", revela o produtor executivo Dean Lorey. "Foi difícil encontrar o tom certo. Queríamos que você sentisse a emoção e o horror do que estava acontecendo, mas sem ser explorador."

Para James Gunn, o episódio é mais um exemplo de sua tendência de focar em personagens amplamente incompreendidos pela sociedade. "No final do dia, [Doninha], de várias maneiras, é o personagem mais nobre do show", diz ele. "Esta é uma criatura bastante inocente, tratada como algo diferente apenas porque sua aparência não é igual à das outras pessoas."

E parece que a trágica história de Doninha ainda não acabou.

"Vocês verão toda a história dele ganhar relevância nos episódios seguintes", provoca James Gunn. "Se falarmos sobre os personagens em algum tipo de escala entre o bem e o mal, ele está, basicamente, do lado do bem."

Nathan Alves

Olá! Sou Nathan, apaixonado por wrestling desde sempre e criador da Legião do Wrestling. Aqui, compartilho minha visão sobre o mundo das lutas, acompanhando de perto os principais eventos, histórias e personagens que fazem desse universo algo tão fascinante.

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